Quando Cid Gomes (PSB) assumiu
a dianteira no movimento de governadores para criar mais um tributo
para financiar a saúde, estava se antecipando ao problema que irá
estourar em suas mãos em breve. Tal problema tem um lado
bom. Ótimo, aliás. A promessa contida nos discursos oficiais é sedutora.
Até o começo deste ano, não havia sequer um hospital público estadual
no Interior do Estado. Mas se anuncia que, em breve, o Ceará terá a
melhor rede de saúde do Brasil. O que não faltam são
investimentos para superar o caminho entre a retórica governamental e a
realidade de quem precisa de atendimento nos hospitais e postos.Há
75 novas estruturas em planejamento, construção ou recém-inauguradas. O
Hospital Regional do Cariri, no sul do Estado, já foi entregue. Ele é a
primeira parte do que será a espinha dorsal da rede de saúde do Ceará.
Esse pilar central será complement ado pelos hospitais regionais a serem
construídos em Quixeramobim, no Sertão Central, em Sobral, na Zona
Norte, e na Região Metropolitana de Fortaleza. Sem falar das mais de
duas dezenas de policlínicas, centros de especialidades odontológicas
unidades de pronto atendimento. A dificuldade de financiamento
já é realidade mesmo com a minguada e concentrada rede existente.
Segundo os controversos números do Ministério da Saúde, o Ceará integra o
nada honroso grupo de sete estados que nem sequer cumprem a
determinação constitucional de aplicar 12% das receitas em saúde.Para quem precisa de atendimento, as
perspectivas são animadoras. Mais que obras isoladas, há o projeto de
todo um modelo planejado e articulado para a saúde estadual. Mas aí se
volta ao problema mencionado no início deste texto: não há dinheiro para
pagar a conta da expansão. (O POVO/AVSQ).