Vidas salvas e o Ceará como referência no serviço de transplante de
fígado, sendo o segundo estado no ranking de procedimentos no Brasil. Em
2011, já foram 102 cirurgias e a previsão é que mais 18 sejam
realizadas até dezembro. Apesar da boa notícia, 220 pessoas ainda
aguardam a chance de possuir um novo órgão e outros 23 pacientes não
sobreviveram à fila de espera. A união entre o avanço da medicina e a
maior expectativa de vida de quem está doente ainda precisa ser
reforçada. Isso só acontecerá com mais doações. O primeiro
transplante realizado no Hospital Universitário Wálter Cantídio (HUWC),
aconteceu em 18 de maio de 2002 e, de lá pra cá, já totalizaram 606
cirurgias. Em 2010, foram 92. “A população do Ceará tem sido generosa”,
frisou o chefe do serviço de Transplante do HUWC, Huygens Garcia. Porém,
o índice de negação de famílias sobre a doação ainda chega a 40% dos
pacientes com morte encefálica confirmada. Uma das barreiras para que o
número de doações aumente é a informação. “O diagnóstico de
morte encefálica é muito preciso, comprovado por exames definitivos.
Mesmo que o coração e outros órgãos continuem funcionando, esse quadro
não perdurará por muitos dias. É preciso que a família tenha consciência
disso”, explicou o especialista. O serviço de Transplante Hepático do
HUWC é o primeiro do Norte/Nordeste a realizar mais de 100 transplantes
em apenas um ano. De acordo com Huygens, 55% dos pacientes atendidos na
unidade hospitalar são de outros estados. (O ESTADO/AVSQ).