
Uma revelação bombástica do maior executivo da história das organizações
Globo aconteceu na última semana. José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o
Boni, afirmou que ajudou o então candidato Fernando Collor de Mello nas
eleições presidenciais de 1989.
A declaração reacendeu a polêmica sobre o que a Globo fez para
interferir no resultado da primeira eleição presidencial que Lula
disputou.
Aos 76 anos, Boni, que já foi o homem mais poderoso da Rede Globo,
abaixo apenas do dono Roberto Marinho, lançou um livro de memórias. E
durante uma entrevista ao canal Globo News, da própria Globo, ele fez
uma revelação surpreendente sobre a história recente do Brasil.
- Nós fomos procurados pela assessoria do Collor... o Miguel Pires
Gonçalves é que pediu que a gente desse alguns palpites e eu achei que a
briga do Collor com o Lula tava desigual, porque o Lula era o povo e o
Collor era a autoridade, confessou.
Para aumentar a polêmica, Boni ainda declarou. - Nós conseguimos tirar a gravata do Collor, colocar um pouco de suor
com glicerinazinha, e colocar as pastas todas que estavam ali, com
supostas denúncias contra o Lula, essas pastas estavam inteiramente
vazias, com papéis em branco. Foi uma maneira de melhorar a postura do
Collor junto ao espectador, pra ficar em pé de igualdade com a
popularidade do Lula.
E mais, pela primeira vez um homem do alto escalão da Globo admite
abertamente que a emissora manipulou a participação de um candidato à
Presidência. - Todo aquele debate, foi, foi... não o conteúdo. O conteúdo era do
Collor mesmo. Mas a parte, vamos dizer assim, informal, nós é que
fizemos. (Miséria/AVSQ).