Operação “Contramão II”, da Polícia Civil, prendeu, até as 12h desta sexta-feira (21), 30 pessoas que fraudavam o fornecimento de carteiras de habilitação no Rio de Janeiro,
entre elas despachantes, zangões (despachantes não oficiais),
prestadores de serviço e funcionários do Detran, além de instrutores e
donos de autoescola. Alguns suspeitos foram presos dentro dos postos do
Detran, segundo a Polícia Civil.
De acordo com a polícia, as fraudes foram identificadas em todas as
fases de obtenção do documento, até mesmo na captação da impressão
digital, quando os suspeitos utilizavam moldes de silicone para se
passar pelo candidato.
“As digitais eram colocadas em silicones, que eles fraudavam a
permanência na autoescola. A presença do candidato era confirmada sem a
presença dele. Isso possibilitou uma série de aprovações sem a presença
da pessoa”, disse o delegado titular da Delegacia de Defraudações,
Gabriel Ferrando, ressaltando que mais de 50 cápsulas de silicone foram
apreendidas em diversas autoescolas do Rio. Segundo a polícia, os presos na operação vão responder pelos seguintes
crimes: formação de quadrilha, falsificação de documento público,
falsidade ideológica, corrupção passiva, inserção de dados falsos em
sistemas de informação e corrupção ativa. 21 autoescolas investigadas. O corregedor do Detran, Anthony Ales, informou que os candidatos que
foram identificados na operação, tanto os que já obtiveram a CNH de
forma ilícita quanto os que ainda estão em processo de retirada da
carteira, terão o documento cassado por processos administrativos. Já a
polícia afirmou que os candidatos podem responder a diversos crimes,
como falsidade ideológica e corrupção. Grupo usava silicone em fraude digital no Detran/RJ. “Os candidatos que estavam inscritos nessas autoescolas que estavam de
forma regular não precisam ter preocupação porque o Detran já esta
providenciando o remanejamento para outra autoescola”, destacou o
corregedor. A primeira operação foi realizada em fevereiro de 2009. O corregedor
disse que participação popular através do Disque-Denúncia foi
fundamental. Segundo o Ministério Público, o documento era feito com
material de alta qualidade e, assim, difícil de ser detectado.O delegado Gabriel Ferrando afirmou que 90% dos principais suspeitos
foram capturados. “Investigação não apontou liderança, mas sim diversas
cabeças. A maioria, capturada”, declarou.(G1/AVSQ).