O tecido deixado na Vigilância Sanitária foi encaminhado para a
Perícia Forense do Ceará, que irá analisar se a mancha no retalho é
sangue ou outra secreção humana. O prazo para que o laudo fique pronto é
de 15 dias. Depois disso, é que deve ser aberto inquérito policial. A empresa dos Estados
Unidos que exporta tecido para o comércio atacadista alvo de denúncia em
Fortaleza nega ter vendido lixo hospitalar. Por telefone, o
vice-presidente da exportadora disse comprar material de uma fábrica
norte-americana que produz lençóis para hospitais. “Não é produto usado
e, sim, com defeito de fabricação”. O tecido de venda proibida
contém a inscrição do Department of Veterans Affairs (Departamento de
Veteranos da Guerra, uma instituição de saúde norte-americana). “Não
posso afirmar que o tecido encontrado aí (em Fortaleza) é,
necessariamente, nosso. Mas também não posso dizer que não é”, comenta o
vice-presidente da exportadora. Segundo ele, a fábrica de onde a
empresa compra tecido vende lençóis para todos os hospitais dos Estados
Unidos, inclusive os mantidos pelo Department of Veterans Affairs. O
exportador explica que a fábrica vende para sua empresa tecidos com
falhas. “Cerca de 5% a 10% da produção sai com defeitos, como manchas ou
pequenos buracos. Compro esses tecidos diretamente da fábrica. Nossa
mercadoria nunca chegou a hospital, nada disso.”. “Exportamos
para todo o Nordeste do Brasil. Vendemos dentro da categoria ‘tecidos
com defeito de fabricação’. A lei exige que se diga isso”, acrescenta o
vice-presidente. Ontem
pela manhã, o deputado federal João Ananias (PCdoB) entregou ofício ao
Ministério da Justiça, solicitando que a Polícia Federal investigue a
denúncia publicada no O POVO. (O POVO Online/AVSQ).