
Merendeira em uma escola pública de Cachoeira Grande, distrito do
município cearense de Poranga, Maria do Carmo, 39 anos, sabe que mora no
Ceará, mas quando precisa de algum serviço vai a Pedro II, no Piauí. A
área onde vive é alvo de disputa entre os dois estados do Nordeste,
briga que ficou acirrada depois que o Piauí entrou com uma ação no
Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto requerendo cerca de 3 mil km²
da divisa com o Ceará. Maria do Carmo explica que já existe o hábito de se recorrer ao
município vizinho. “É mais perto e a estrada é melhor”, disse. “A gente
gastou uns 45 minutos para ir a Pedro II de moto. Para Poranga faz tanto
tempo que fui que não lembro ao certo”, afirma. O município onde mora
fica a 347 quilômetros de Fortaleza, capital do Ceará. De acordo com ela, a maioria das casas não possui água encanada e a
comunidade precisa usar água do chafariz público ou de um poço
particular pagando R$ 20 por mês. “Na minha casa já tem água encanada,
porque é bem próximo à rua que tem o poço particular”, diz a merendeira.
A única satisfação é com a escola que afirma estar ‘’boa para o tamanho
da comunidade”. A cearense diz que não se incomodaria “de jeito nenhum”
em se tornar piauiense porque já se desloca com frequência para o
estado vizinho. (G1 CE/AVSQ).