Depois do anúncio de que o Ceará poderá perder R$ 378,9 milhões em recursos para 565 obras no Estado que estão enquadrados em “restos a pagar”, a bancada cearense em Brasília começa a se articular para impedir a devolução do dinheiro aos cofres da União. Desses 565 convênios, a maioria firmados entre as prefeituras e o Governo Federal, 281 estão com a situação pendente, ou por inadimplência ou por falta da entrega de documentos exigidos para a aprovação dos repasses. O valor dessas obras é de R$ 163,7 milhões. As outras 284 obras estão em situação regular, mas também esperam pela verba. Elas somam R$ 215,2 milhões. Os maiores valores são para o Centro de Eventos (R$ 35 milhões) e para o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), com 18,7 milhões. A data limite para que os valores sejam repassados pelo Governo Federal é 30 de abril. Os parlamentares temem que, ate lá, os impasses não sejam resolvidos. Segundo o deputado federal José Guimarães (PT), a bancada tentará negociar com o Ministério do Planejamento, no caso dos convênios em situação regular, o repasse até a data limite. Em relação aos pendentes, de acordo com o senador José Pimentel (PT), a tentativa será realizar uma “força tarefa” junto às prefeituras e ao Governo do Estado para que regularizem as situações, a fim de que a Caixa Econômica possa liberar os processos e repassar as verbas. Para ele, o Ceará corre o risco de perder várias obras em virtude do atraso na liberação de recursos. “Depois de passados três anos, por exemplo, as empresas que ganham as licitações não querem mais tocar a obra, porque o preço dela está defasado e vai findar o município ficando com uma obra inacabada”, explica.
Fonte: O POVO Online/Avsq.
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