Para o trabalhador, o reajuste do salário mínimo que está sendo estudado pelo governo não daria para comprar três quilos de carne, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Para as contas públicas, entretanto, o efeito é gigantesco. Nos cálculos do Ministério do Planejamento, para cada R$ 1 de aumento no mínimo há um impacto de R$ 286,4 milhões no caixa do governo. Isso significa que se for concedido apenas o reajuste da inflação, que fechou o ano passado em 5,91%, as contas públicas sofreriam um baque de R$ 8,2 bilhões com um mínimo de R$ 540. Para chegar a essa conta, o governo leva em consideração três grandes ralos de dinheiro. O primeiro é a Previdência, que seguindo o mesmo cálculo de R$ 1 de aumento teria de arcar com um extra de R$ 184,1 milhões a cada ano. Em seguida vem a despesa com abono e seguro desemprego. Apenas com isso o caixa seria sobrecarregado em mais R$ 56 milhões a cada R$ 1 de reajuste no mínimo. Por fim está a RMV (Renda Mensal Vitalícia), benefício pago para quem tem mais de 70 anos ou inválidos que não possuem outra renda: mais R$ 46,3 milhões por ano.
Fonte: CNEWS.