Casas improvisadas com armação de madeira e cobertura de palha ou plástico. A morada é provisória, dura em torno de três meses, tempo de colheita do pequi, fruto bem típico da região onde fica a Chapada do Araripe. A época de colher é entre os meses de janeiro e março e, nesse período, famílias que moram em municípios como Crato, Nova Olinda, Barbalha e Jardim, mudam para os barracos, levando as crianças, mesmo que o tempo seja de chuvas pré-estação. Esse ano os catadores do fruto não estão muito animados com a safra por causa da estiagem prolongada que ocorreu ano passado. A seca atrapalha a floração dos pequizeiros. Mesmo assim acreditam em ganhar uma renda extra com a venda dos frutos. O agricultor Manoel Pereira, por exemplo, diz que toda sua família já está colhendo os primeiros frutos. Ele e os cinco filhos, todos os dias, estão embrenhados na floresta catando pequis. “Se a gente for viver só da agricultura não dá para sobreviver. Aqui não temos irrigação e dependemos das chuvas. Antes, eu conseguia estocar sementes de feijão e milho, mas hoje com esses invernos (quadras chuvosas) irregulares, fica difícil até colher pro próprio consumo”, lamenta. Manoel garante que a renda da família cresce no período da colheita do pequi. “Durante toda a safra nós conseguimos vender bem. Agora já temos também a consciência de preservar a floresta (Floresta Nacional do Araripe), porque é aqui que a gente vive e tira o sustento”. O agricultor diz que as famílias que sobrevivem da colheita não permitem que os pequis sejam derrubados do pé e só apanham o fruto do chão. “Eles caem principalmente durante a noite e é muito melhor catar do chão e não tirar o fruto verde do pé”, recomenda e diz que fruto verde não produz óleo bom e a retirada do pé traz prejuízos à floresta.
Fonte: O POVO Online.
Fonte: O POVO Online.