Bandidos fardados: Policiais são presos por extorsão.

Talvez o dono do macaco nem soubesse, mas criar animal silvestre é crime. A ilegalidade foi descoberta por dois inspetores do 32º Distrito Policial (DP), no Parque Santa Cecília, que se aproveitaram da situação para ganhar dinheiro. Ou a vítima entregava o valor exigido ou seria denunciada pelo crime ambiental. O plano dos policiais acabou sendo descoberto e eles foram presos em flagrante. Inicialmente, os policiais teriam exigido R$ 10 mil, mas o valor foi negociado e reduzido para R$ 1 mil. Após combinarem o local e o horário para entrega do dinheiro, a vítima fez a denúncia para a Superintendência da Polícia Civil, que acionou o Departamento de Inteligencia Policial (DIP). Sem a farda e usando uma viatura descaracterizada, a equipe do DIP foi até o local, no bairro Maraponga, próximo ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran/CE). Após a vítima entregar o dinheiro, os policiais anunciaram a prisão dos dois inspetores, identificados como Alex Sandro de Freitas Carvalho, de 31 anos, e Elias Ferreira de Sousa Filho, de 29 anos. A dupla foi detida na tarde da última quinta-feira. A denúncia à Polícia foi feita no dia anterior. Os inspetores foram levados para a sede da Superintendência, no Centro, e, depois, encaminhados para a Delegacia de Capturas e Polinter, onde encontram-se detidos. “Eles já foram afastados (de suas funções). As armas e as credenciais foram recolhidas. Nós seremos ágeis no que diz respeito aos procedimentos para que eles sejam expulsos (da Polícia)”, informa o superintendente da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas, que concedeu entrevista coletiva ontem. Os dois policiais estavam há cerca de cinco anos na Polícia. Conforme o superintendente, nenhum deles responde a outros processos. “Mas, agora, eles devem ser investigados para verificar se eles cometeram crimes idênticos. Até solicitamos que qualquer pessoa que tenha sido vítima desses infratores nos procure imediatamente”, pede. Alex e Elias foram autuados pelo crime de concussão, que é a extorsão praticada por funcionário público. A pena varia de dois a oito anos de prisão, além de multa. 

Fonte: O POVO Online.